terça-feira, 6 de abril de 2010

COMO???

Marcos, que traiu Teresa com ao menos duas, eis que tem dois filhos fora do casamento - Bruno e Mia, agora trai sua nova esposa, Helena (que trai Marcos com Bruno, filho de Marcos, que beijou a meio-irmã no início da trama...), com Dora, que traiu Maradona, que quer trair Dora com Soraia, que vai tentar e atentar Marcos.

Betina quer trair o marido com Carlos e Gustavo, o marido, quer trair Betina com a prima desta, Malu, que pouco resiste ao assédio mas tenta agora, com afinco, interessar-se por Carlos, o que tem interesse em Betina.

Bernardo trai Clarisse com Alice - ele gosta de rimas. Ricardo trai Isabel com a ex-traída Ellen, certamente portadora de distimia, de moderada a grave.

Renata, a chata, além de beber incontrolavelmente, trai o gêmeo irmão do gêmeo mais chato ainda, com o fotógrafo sem função, a não ser aquela de enfeitar.

O gêmeo mais chato ainda, do nada, começa a sair com uma prostituta que apareceu munida de carta de apresentação do QI, logo antes de precisar assumir a médica bonita, impedida pela opinião pública de se relacionar com o marido da paciente terminal.

Rafaela, a criança que me fez concordar totalmente com Toquinho e Vinícius, pela primeira vez, e achar Herodes natural - é cruel, dissimulada, assustadora e ganha prêmios, socorro!!!

E o outro lado mau da novela, sintomaticamente, é composto por Benê e Sandrinha, clichê dos clichês: pretos, pobres e moradores da favela...

Há que se dizer, nem tudo está perdido quando se encontra ícones de interpretação, Lilia Cabral e Cris Nicolotti (Não. Não deve ser fácil ser mãe de Lucianas e Mias e Isabéis (bels?) e Renatas) - apesar dos personagens dessa sinopse a que chamam Viver a Vida...

6 comentários:

  1. Se viver a vida é o que a novela mostra, então só me resta levar esta sobrevida antiquada, com a suspeita de que ser um revolucionário, para a minha geração, é estar muito próximo do conservadorismo da minha avó.

    Acredita que ainda hj li na "seriíssima" VEJA, edição de alguns meses atrás, a opinião de uma "jornalista" que elogiava, sinceramente, a sutileza magistral manoelcarlística toda exposta na obra que ora nos edifica?

    Ser COMO NOSSOS PAIS não é mais uma conclusão embasbacada de um rebelde que perdeu a batalha contra o tempo, daquele que olha para o espelho e vê a sua atitude contestadora ser domada atrás de uma mesa de repartição ou nos corredores corporativos, enquanto os cabelos diminuem e a barriga cresce; a letra da música ficou inócua porque eu e vários contemporâneos meus olhamos para trás e sentimos uma estranha saudade de tudo o que a gente nem viu.

    Mas sou obrigado a confessar uma coisa: eu gosto da Isabel. Muito.

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  2. Sou conservadora. O que me torna precocemente velha, muito próxima de sua avó, Shiny, com orgulho!
    Nos edifica a quem? Alguns autores de novela me ofendem, em verdade...
    Não sei se os contestadores, aqueles de alma, algum dia deixam de sê-lo, apesar dos poucos cabelos...
    E, todos temos uma Isabel por dentro. Mas nem sempre permitimos que ela aflore. Moral convencional, não?

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  3. Ahaha
    Mais um Descaminhos das Índias absolutamente sensacional!
    A globo e a sua demência (novela) global...

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  4. O prêmio quem devia ganhar não é a criança, mas sim o taxidermista que fizer o favor de empalhá-la...

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  5. Você vai me estragar, Marcelo. Mais.

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  6. Sua delicadeza de sentimentos é comovente, Eduardo... (Sou sua fã!)

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